Eu não aceito nada nem me contento com pouco. Eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Saber sempre.

Existem certezas que cultivo , e talvez a mais voraz de todas as que tenho é de que minhas sensações são sempre muito mais certas do que as certezas propriamente ditas.
Sempre atentei a minha capacidade de delinear futuras situações e de prever o comportamento humano perante a diversas situações, seja pelo capacidade de interpretar comportamentos ou simplesmente pela mediocridade dos comportamentos previsíveis. Eu já devo ter lido todas as historias, já devo ter vivido todas as situações, já devo ter sentido todos os sabores, já deveria saber também o gosto amargo que prever futuros tem.
Alinhei conceitos e praticas, refiz todos os cálculos e sempre, mas sem exceções, peco pela falta de precaução. Acredito em absoluto na sensação de perigo e acredito mais ainda que ela é tão inofensiva como chá de erva doce.
Eu sempre sei o fim da história mas não mudo o enredo do dramalhão.  Entrego o estrelismo do papel principal a um qualquer que se faz tão menos indolente do que eu. 
Deveria eu já ter me contido a essa realidade, afinal, quem se torna altamente sensitivo a essas situações, deve no mínimo ter o senso de aceitar aquilo que de fato lhe veste e interpretar o personagem que lhe cabe.
Tudo bem, aceito a condição de precursor de uma bagunça infinita quando tento desenhar a situações que vejo, mas de forma alguma concordo com a possibilidade de fazerem com que me sinta um doidivanas, e me façam engolir goela a baixo que todas as minhas sensações não passando uma
Ilusão de uma mente fértil. Fértil mesmo é a capacidade que ainda se tem em negar coisas tão obvias que até mesmo um ser apartado de qualquer sensação lógica consegue perceber.
Sou certo nas coisas que penso, não em todas elas, mas em uma parte considerável. Parte essa tão suficiente para me fazer ter a sensação de que "eu já sabia".

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Cena


Somos, em definitivo, uma sucessão de falhas e erros...


Sempre acreditei em algo plenamente denso, intenso, verídico. Algo inatingível. Fui guiado a verdades tão insanas que me fizeram acreditar que não existe limites e estorvos pra algo que realmente valha.

Passei a crer que amor é algo impetuoso e que nada é capaz de tirar esse seu poder, a não ser algumas exceções tão impetuosas quanto a falta do sentimento. Passei a ver o sentimento como algo sublime, intocável. Passei a não ver mais as desilusões, os empecilhos, as falhas e principalmente as dificuldades. Passei a acreditar que amar é mais do que sentir apenas, é mais do que simplesmente acreditar no que é belo e atrativo e que amor não nasce necessariamente a o que lhe é espelho. Passei a pensar no amor de forma doce e inabalável.

Acreditar tanto me fez assim, ser repleto de um amor incabível, amor daqueles que não se preocupa com forma, cor, estilo, classe, medos, manias, defeitos... DEFEITOS. O meu amor também é feito de defeitos. Certamente, amar seria prático se não lhe coubesse os erros.

Sobre errar, fatidicamente continuarei por toda uma eternidade, pois além de incomparavelmente amável sou incomparavelmente humano, o que me livra, Graças a Deus, de uma perfeição ilusória.

Queria eu, uma vez na vida ser pleno, total e completamente ser o que de fato sou. Viver intensamente o que de fato sinto e principalmente agir deliberadamente da forma que só eu sei agir. Queria poder destilar os meus ímpetos de excesso de zelo, a minha absurda falta de auto confiança, os meus dramas e cenas, queria eu poder olhar sem medo, amar sem medo e sem medidas. Queria eu não ter que me preocupar com a rejeição, me sentir de fato seguro, não ser tão rodeado de traumas e dissabores. Queria eu dormir tranquilo e repousar em um amor brando... Queria eu não deixar interpretar que o que me ocorre é falta de crença, não, não é isso. Queria eu não passar a impressão de vitima, e muito menos de algoz de situações distorcidas. Queria eu ser apenas doce e não ter de conviver com a ilusão, rejeição e desprezo. Em suma, sou alguém apartado das concepção geral do que é se ter amor.

O fato de ser tão utópico me faz ser prisioneiro dessa minha realidade impar e querer que o mundo se encaixe a essa minha “ditadura amorosa”. De fato, não espero nada em trocar do amor que não seja amor na forma que vier.

Sou lúdico, sonhador, mimado, carente... Mas quem souber levar essas minhas “mazelas” ganha um universo de mim...

“E eu, que fico à flor da pele, sem querer, eu tenho um coração vulcânico e sempre acabo errado.

Não, não diga que eu lhe trato mal, eu tento tanto te fazer feliz, mas acontece que eu sou desastrado.”

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Regrette





Somos constituídos de erro.
Não me lembro de um erro no qual eu tenha sido completamente absolvido sem antes padecer por eternidades e colher amargas consequências dele. As consequências são esperadas, obvio, assim como para as atitudes assertivas, mas os erros são sempre acompanhados de uma sequencia de dissabores intermináveis e que lhe fazem enfim crer que, de fato você não é nada mais do que um fracassado por errar tanto.
Se existe tolerância? Claro que sim. Pelo menos pra você que não se cansa de relevar rotineira falha humana ao seu redor, e perdoa do mínimo movimento descompassado até a mais grave falta que lhe cometerem. Entretanto, essa realidade é tão só sua que vira algo barbaramente utópico e logicamente impossível de acreditar que se existe.
Eu sempre imaginei haver uma limite entre o senso de felicidade e o de orgulho exagerado. Mas definitivamente não a uma linha que os define e sim um penhasco estratosférico que os separam. Felicidade e orgulho são opostos a níveis estelares, e justamente por tanta oposição lutam frente a frente em relação aos nossos erros. O meu orgulho joguei fora quando o ventre deixou de ser meu lar. Esse é meu bem, essa é minha melhor virtude.
Eu nunca deixei de amar por orgulho, eu nunca deixei de viver por orgulho, eu nunca deixei de me encantar por orgulho. Mas isso é restritamente Louis. Mas confesso, fico pasmo com tanta imparcialidade do resto do mundo em ser assim. Na verdade, não são imparciais, são simplesmente orgulhosos. E, de veras eu penso: até onde levaria teu orgulho? Será que não percebe que esse doidivanas, de veras está te impedindo de viver um mundo? O que ele lhe traz além de uma infinidade de falsos conceitos de fortaleza? Se sente mais forte sendo assim tão incoerente? Quantas vezes seu orgulho permite que se olhe por dentro? Ô meça, será que cabe assim tantos “princípios” e ”valores” em revés a tua felicidade?
O que eu sei é que não existe princípios que me fazem ir contra a minha felicidade. Eu errei e ainda erro o tempo todo, acabei de errar por escrever esse texto. Mas são esses meus erros eternamente remediáveis que me fazem viver eternamente tudo o que quero.
Non, je ne regrette rien.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Óbvio





Já não tenho tanta paciência para o obvio.
Confesso que perdi o ritmo pra as coisas comuns e clichês, apesar de ser um verdadeiro inocente em não identificar absolutamente nada que é tão claro como água.
O obvio me cansa, mais ainda me atem.
Sempre nos perdemos com as coisas que mais parecem irregulares, daquelas que fogem completamente do cotidiano maçante no qual pertencemos. Isso é sensacional, e tem um poder de ação em qualquer um fora de limites. De alguma forma, causa todo um “esquisitamento” alheio e te faz sentir como se vivesse uma situação impar. Mas é óbvio que essa situação tão óbvia não passa de mais uma alusão a um “perfeitamente próprio” que não existe. É só mais um óbvio, minha gente.
Ainda sobre a minha capacidade não identificar, e o pior, de camuflar situações corriqueiras, me perco mais uma vez naquele velho conto do não vigário, dos mundos aleatórios, das preferencias incomuns, dos sentires paralelos. Não, definitivamente não seria tão óbvio se não fosse assim.
No mais, me irrita essa preguiça toda que sinto. Seria mais fácil acreditar de vez que tudo é tão comum e que tudo sempre vai ser assim, plenamente uma questão de historias repetidas.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Enfim...


Já cruzei tantos olhares, já senti tantos beijos, tantos abraços, tantos afagos. Já vive grandes expectativas e decepções por consequência. Já esperei por tanta coisa, já me esqueci de tanta coisa. Eu jamais acreditaria, nunca que seria tão factível. Foram tantos anos, tanta espera torta, tanta calma em forma de esperança.
Aconteceu.
Aquele mundo dia parado por dois minutos. Éramos eu e você, enfim.
Só não conte por ai do meu sorriso tímido, ou então daquela voz embargada que alternava entre palavras desesperadas e soluços afoitos. Enquanto eu me escondia atrás do copo de vodka eu me mergulhava naqueles olhos intensos e estonteantes.
Não queria ter feito nada além de parar o tempo, o mundo e as pessoas. E mesmo em tanta multidão, o tempo se fez nosso. Enfim, enfim.
Foi o abraço que tinha de ser, a compreensão e a morte daquela saudade toda que existia. Aqueles sorrisos já não eram mais meus, nem meus lábios, nem meus braços. Nem minha razão, nem meus sentidos. Eu estava entregue. Sem saber eu estava.
Foi este o momento, em que duas coisas já eram uma, e que nossos sorrisos já se misturaram, em que tudo estava ali, a metros de distância, que a hora de desmontar esse mundo todo chegou. Nossos caminhos voltaram a ser os mesmos, de novo ficou só nossa saudade e a certeza de que não poderia ser diferente.
Ainda tem seu cheiro em mim e esse parece ter impregnado na pele, no corpo, na alma.
Enfim...


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

No more fake love


Eu sou o maior falsário de amores que existe.
Adoro os amores inventados de Cazuza, as rosas que não falam de Cartola e toda a melancolia de sonhos de uma noite de verão do amor seja lá qual for.
Sempre delineei minhas paixões, seus itinerários e rotas, seus prazos e fluxos. Seu tempo, sua sina, sua cor e seu cheiro. Sempre contive o que eu queria, o que eu podia, e o que nem sonhava.
Nunca amei de verdade. NUNCA.
Não sabia da falta que os olhos faziam, ou do tremor que sentia nas pernas, nem se quer imaginava na pele da face ruborizar por apenas um olhar. Nunca havia comido as borboletas com batata doré que servem no botequim dos corações domados. Nunca pensei em me agradar com as coisas simples, com as palavras banais e com os sorrisos, ah os sorrisos largos e folgados que me desregulam no primeiro instante.
Jamais admiti abdicar do sono só pra observar outrem dormir, contar os batimentos, ouvir a respiração. Nunca senti tanta saudade de hábitos e manias insuportáveis e que nem ainda conheço. Nunca senti tanta falta dos domingos em família que não tivemos, dos sábados no fogão ousando em nossa cozinha experimental, de esfregar o maço de louros em sua pele pra te ver se irritares, e depois me beijar com os lábios lambuzados de baunilha e pimenta doce.
Nunca sonhei em envelhecer, sentir o peso do tempo em meu corpo. Me imaginei segundos atrás vivendo essa e duas ou três ou infinitas vidas só pra observar cada ruga da sua face.
Nunca pensei em sacrifícios, sejam eles da escala que forem. Hoje, convicto sei de que sacrifício nenhum desse mundo é factível o suficiente para enxergar a satisfação no sorriso de canto de lábio, quebrado pro lado esquerdo.
Aprendi a ser social, a encantar sem menos, a respirar sem força, a flutuar enquanto ando, a sentir e degustar e me deliciar com um simples “oi” pronunciado pela língua certa.
Nunca acreditei no encontro de almas, de vidas. Nunca achei que seriamos predestinados a ninguém. Sempre ri do destino, e veja só.
“Será que te conheço desde a infância, será que na infância eu parti? Para um mundo imaginado por você, ou por você o mundo veio e a infância assim se foi?”
Vem que nossos sonhos ainda nem desenhados foram.
Quero seu olho no meu, seu rosto no meu, sua alma na minha, minha alma na sua. Fundir corpo, alma, coração, vida, morte e eternidade.


sábado, 25 de agosto de 2012

Pele que habita




E ele vive mais leve.
As coisas são mais simples agora, os amores ainda são os mesmo, as paixões e desamores também.  Os seus sonhos ainda são os mais coloridos, seus olhares fulminam aquele mesmo brilho devastador. Sua alma ainda é quente, tão quente quanto o dorso que agora já não é o mesmo. Suas fugas continuam as mesmas, seus medos e desprazeres também. Seu jeito lúdico e atemporal  irremediáveis ainda estão por aqui. Sua força parece renovada, sua vontade ganha nova proporção extra large e sua impetuosa malicia também. Talvez mais irônico, talvez menos blasé.
Quem mudou afinal? Ele ainda fala de seus amores? Seu coração pertence a quem? Pertence a somente ele, e a alguém que sabe guia-lo, que só não se deu conta disso.
Talvez seja hoje menos da metade do que um dia foi, um décimo de toda a sua loucura ainda permaneceu.  Trocou o lascivo pelo nocivo, largou o solitário pela sua companhia constante. É mais presente nas vidas, na sua principalmente.
Hoje ama mais e mais, como nunca pensou que amasse. Ama-se, se ama.
Gosta ainda de confundir e ser confundido, e hoje tem a capacidade de dissimular sentires como qualquer bom personagem de comédia romântica.
Já é percebido pelo que faz e não mais pelo discurso contraditório. Encanta e não mais encanta-se.
Parece tão mais alguém que é de fato do que alguém que foi um dia.
Hoje ri de tudo o que dizem e disseram. Adora a falsa educação na qual é tratado,tolera por conveniência o intolerável, representa uma empatia apenas para ser o ser mais falsamente aceito dos ciclos. Sorri pra tudo, pra todos.
Hoje é fã da arte, da música, da literatura. Se perde a paralelos de estudo do comportamento de homens e humanidades. Tem discurso pra tudo e discorre sua persuasão embebedando qualquer um com duas ou três palavras.
Já não se encanta mais pelo boçal/banal. Precisa de argumentos mais tácitos para acender a chama impetuosa da entrega. Envergonhasse por um dia ter se feito acreditar em tantas falsas verdades que ele mesmo inventou.
Se ele é outro já não se sabe mais. O que tem em vista é que alguém deliciosamente incrível hoje habita aquela pele.