Somos constituídos de erro.
Não me lembro de um erro no qual eu tenha sido completamente
absolvido sem antes padecer por eternidades e colher amargas consequências dele.
As consequências são esperadas, obvio, assim como para as atitudes assertivas,
mas os erros são sempre acompanhados de uma sequencia de dissabores intermináveis
e que lhe fazem enfim crer que, de fato você não é nada mais do que um
fracassado por errar tanto.
Se existe tolerância? Claro que sim. Pelo menos pra você que
não se cansa de relevar rotineira falha humana ao seu redor, e perdoa do mínimo
movimento descompassado até a mais grave falta que lhe cometerem. Entretanto,
essa realidade é tão só sua que vira algo barbaramente utópico e logicamente impossível
de acreditar que se existe.
Eu sempre imaginei haver uma limite entre o senso de felicidade
e o de orgulho exagerado. Mas definitivamente não a uma linha que os define e
sim um penhasco estratosférico que os separam. Felicidade e orgulho são opostos
a níveis estelares, e justamente por tanta oposição lutam frente a frente em relação
aos nossos erros. O meu orgulho joguei fora quando o ventre deixou de ser meu
lar. Esse é meu bem, essa é minha melhor virtude.
Eu nunca deixei de amar por orgulho, eu nunca deixei de
viver por orgulho, eu nunca deixei de me encantar por orgulho. Mas isso é
restritamente Louis. Mas confesso, fico pasmo com tanta imparcialidade do resto
do mundo em ser assim. Na verdade, não são imparciais, são simplesmente orgulhosos.
E, de veras eu penso: até onde levaria teu orgulho? Será que não percebe que
esse doidivanas, de veras está te impedindo de viver um mundo? O que ele lhe traz
além de uma infinidade de falsos conceitos de fortaleza? Se sente mais forte
sendo assim tão incoerente? Quantas vezes seu orgulho permite que se olhe por
dentro? Ô meça, será que cabe assim tantos “princípios” e ”valores” em revés a
tua felicidade?
O que eu sei é que não existe princípios que me fazem ir
contra a minha felicidade. Eu errei e ainda erro o tempo todo, acabei de errar
por escrever esse texto. Mas são esses meus erros eternamente remediáveis que
me fazem viver eternamente tudo o que quero.
Non, je ne
regrette rien.
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