Eu não aceito nada nem me contento com pouco. Eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo.

sábado, 25 de agosto de 2012

Pele que habita




E ele vive mais leve.
As coisas são mais simples agora, os amores ainda são os mesmo, as paixões e desamores também.  Os seus sonhos ainda são os mais coloridos, seus olhares fulminam aquele mesmo brilho devastador. Sua alma ainda é quente, tão quente quanto o dorso que agora já não é o mesmo. Suas fugas continuam as mesmas, seus medos e desprazeres também. Seu jeito lúdico e atemporal  irremediáveis ainda estão por aqui. Sua força parece renovada, sua vontade ganha nova proporção extra large e sua impetuosa malicia também. Talvez mais irônico, talvez menos blasé.
Quem mudou afinal? Ele ainda fala de seus amores? Seu coração pertence a quem? Pertence a somente ele, e a alguém que sabe guia-lo, que só não se deu conta disso.
Talvez seja hoje menos da metade do que um dia foi, um décimo de toda a sua loucura ainda permaneceu.  Trocou o lascivo pelo nocivo, largou o solitário pela sua companhia constante. É mais presente nas vidas, na sua principalmente.
Hoje ama mais e mais, como nunca pensou que amasse. Ama-se, se ama.
Gosta ainda de confundir e ser confundido, e hoje tem a capacidade de dissimular sentires como qualquer bom personagem de comédia romântica.
Já é percebido pelo que faz e não mais pelo discurso contraditório. Encanta e não mais encanta-se.
Parece tão mais alguém que é de fato do que alguém que foi um dia.
Hoje ri de tudo o que dizem e disseram. Adora a falsa educação na qual é tratado,tolera por conveniência o intolerável, representa uma empatia apenas para ser o ser mais falsamente aceito dos ciclos. Sorri pra tudo, pra todos.
Hoje é fã da arte, da música, da literatura. Se perde a paralelos de estudo do comportamento de homens e humanidades. Tem discurso pra tudo e discorre sua persuasão embebedando qualquer um com duas ou três palavras.
Já não se encanta mais pelo boçal/banal. Precisa de argumentos mais tácitos para acender a chama impetuosa da entrega. Envergonhasse por um dia ter se feito acreditar em tantas falsas verdades que ele mesmo inventou.
Se ele é outro já não se sabe mais. O que tem em vista é que alguém deliciosamente incrível hoje habita aquela pele.

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