Gosto
da minha excentricidade e desse meu jeito lúdico de encarar a vida. Gosto do
meu jeito abusado, desses olhares de falso desdém e desse sorriso dissimulado
de utópico bom vivam. Gosto dessa minha calma disfarçada de furacão, dessa modéstia
impetuosa e desse aspecto nocivos encabulado por esses trejeitos de bom moço.
Gosto
da premissa da minha turbulência exagerada e da calmaria antagonizada por uma
vasta calmaria de balanço de mar.
Gosto
desses olhares que me deturpam e condenam e se desesperam na esperança de me
desvendar.
Gosto
das futilidades tão bem disfarçadas por uma sagacidade incorrigível.
Gosto
da falta de senso, de limites e critérios, escondidos atrás de um muro de
lamentações que transpareço.
Gosto
dessa necessidade perpétua de ser impar, violentada por um clichê que só eu sei interpretar.
Gosto
de não saber ao certo o que sou, no intuito inocente de confundir e entorpecer.
Gosto
de ser abstrato e incomparável, que por ora se perde em algo previsível e monótono.
Gosto
de ser desprezo, mesmo sendo algo volátil e completamente factível.
Gosto
do gosto que sinto quando posso ser do gosto que quero, sem deixar que ninguém
saiba ao certo o gosto que tem.
Gosto
dessa sensação de descobrir a cada minuto que sou bem mais do que os que zelam
sabem.
Gosto
do poder das minhas línguas e das minhas palavras soltas que desdigo e digo sem
pensar.
Gosto
de descobrir que sou o que quero e imagino no momento em que eu bem entender.
Gosto
desse clima doce e seco, dessa mente desvairada e desse coração que não sessa
em gostar.
Gosto
de mim, e é assim.