Eu não aceito nada nem me contento com pouco. Eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Biscoitoterapia




Eu não consigo entender a “lógica” das coisas, e nem a ordem em que elas precisam acontecer. Na verdade o problema não é conseguir entender ou não, talvez seja aquela infernal mania de não saber internalizar o tempo em que as coisas tem para acontecer. Mas o que tem para acontecer, afinal, o que esperamos tanto que aconteça? E tempo? Que raios é essa coisa de tempo, e principalmente, como se mensura o tempo? Pra que perder tempo com tempo, lógica e expectativas?
Pra falar a verdade, tempo é algo pejorativo. Tempo não tem tempo nenhum, basicamente é dirigido de forma pessoal e intransferível. Alias, o tempo é algo inventado, algo criado para dar tempo para que o tempo tenha forma. Redundante. Tempo é tempo, e é tempo partindo do principio que tempo não existe. Ponto.
Das coisas lógicas? Essas me dão aversão. Quem definiu o que é lógico, correto, sensato? Parece tão automático ser lógico. Quem definiu que devemos comer arroz com feijão, ou quem disse que é lógico ser sensato? Por favor, não sou da concepção de que existe ordem para acontecer coisas. Acho que acredito na ordem natural, ou não, até porque ordem natural é algo lógico. Enfim, desisto do discurso.
Sobre criar expectativas? Sou extremamente favorável, claro. Afinal de contas, crio expectativas até ao abrir um pacote de biscoitos, mesmo sabendo que dentro da embalagem existem apenas biscoitos. Mas sempre acho que os biscoitos tem algo mais a me oferecer, que esses bicoitos podem ter alguma poção mágica a saciar a minha fome por dois dias, ou então que o recheio será mais farto, ou então que irei encontrar um biscoito com as duas metades recheadas, ou que  no fundo do pacote vou encontrar a figurinha premiada mesmo quando não existe figurinha premiada, ou quem sabe que encontre um biscoito recheado com um bilhete premiado de loteria. Tudo não passa de expectativas falhas, mas são as minhas expectativas. É evidente que existe um padrão, uma “lógica”, aquela mesma lógica que eu abomino, para a fabricação dos biscoitos. É a mesma fábrica, o mesmo processo de criação, os mesmo padrões de qualidade (atenção a essa palavra, também sou desfavorável a essa ridícula padronização do ridiculamente perfeito), o mesmo jeito de se fazer. Porque seria diferente com o resto das outras coisas. Gostando eu ou não, tudo é lógico.
Infelizmente não posso excluir a lógica, tempo e a razão para todas as coisas, simplesmente porque quero comer os biscoitos ideais.  O biscoito ideal não existe, ele tem vários sabores, varias formas, mas sempre serão os mesmo biscoitos.
Na verdade eu não gosto muito de biscoito, eles engordam, sujam os dedos e não matam a fome.

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