Eu não aceito nada nem me contento com pouco. Eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Atados





Temos o controle de tudo. Não
Sempre gostei de partilhar das ideias alheias,  das mais diversas opiniões e dos papos diversos.
Hoje o dia parecida normal, as coisas fluíram da mesma forma e nada fugia do velho e chato contexto que não foi contextualizado mas acontece por osmose, talvez. O que fugiu da regra foi o tão maravilhoso papo com uma metade minha perdida por ai, que me fez rever os conceitos relacionados ao o quanto as coisas podem influenciar em nossa vida, por momentos, dias, anos, meses, séculos e até gerações.
Sempre me diz cético, acreditei desacreditando nas mais diversas coisas, e juro que vivi bem sem pensar muito nisso. Nesse momento estou intrigado com a possibilidade de várias coisas poderem de certa forma impactar em tudo o que acontece. Como uma consequência de alguma atitude que não foi a minha.
Tenho medo do místico, é fato. Não gosto desse lado obscuro e tortuoso que fala de almas, vidas, passados entrelaçados com presente, vidas e mortes, bem e mal. Mas sei, isso tudo está influenciando alguma porra na minha interpretação de vida.
Queria poder ter um pouco de senso e menos medo para desvendar o que estou falando, mas acho que agora não estou pensando no que realmente pode estar vinculado a isso, mas estou bem mais preocupado em dispersar esse meu medo e não dar tanta importância a importância que eu de fato estou dando a isso. 
Não, eu não quero desvendar esse místico, até porque ele deixaria de ser místico a partir do momento em que eu o descobrisse, não teria graça e o místico seria uma grande descoberta e eu me acharia memorável demais por isso.
O fato é, algo prende sempre, algo sempre trava e emperra. Seja por  coisas místicas ou por coisas simples de serem descobertas. Ou talvez nada prende ninguém de absolutamente coisas nenhuma e somos nós apenas uns inconscientes tentando achar uma justificativa a nossas fraquezas. Mas não, não é isso de verdade. Não é só por medo do que não conheço, é medo de saber que esse desconhecido realmente existe e está influenciando o dia de hoje.

Do jeito que quero.




Acho que todos temos uma tendência involuntária de agirmos manipulando coisas e situações, evidente que, em muitas das vezes não temos a mínima noção de que fazemos isso.
É tão intrínseco em nossa essência, que manipular é facilmente confundido com o poder de persuasão que certos obtém, mas fique claro, manipular e persuadir não tem absolutamente semelhança nenhuma a não ser pelo fato de serem algo que simplesmente não escolhemos ser.
Manipular, na verdade não é algo ruim. Claro, quando sabemos o que é, e quando sabemos quando usar. Na verdade, é uma arma poderosa, nas mão erradas um  veneno mortal, mas é uma potencia incrível pra quem dela sabe usar. Manipulamos tudo, sem saber que manipulamos. Nosso dia, as coisas que nos acontecem, o que pensam sobre nos, enfim, o tempo todo guiamos o que está em nossa volta. Manipulamos quando amamos, quando odiamos, quando queremos ser convincentes. Pense você agora quantas e quantas vezes você não conseguiu fazer alguém partilhar da mesma opinião que você só pelo fato de você ter essa opinião. Logo, somos manipuladores pelo que somos, não pelo que dissemos – Tá ai a diferença com o ser persuasivo.
Seguindo essa lógica, é melhor então sermos manipuladores do que persuasivos? Sim. Ser persuasivo dá trabalho, exige postura, discurso, dicção, oratória, boa aparência, repertório, e mais uma série de coisas. Ser manipulador basta ter, charme.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Prazer doce




Quando criança, eu adora brincar com aquelas maquinas encantadoras de chicletes coloridos.
Aquilo tinha o poder de me dominar, e toda e qualquer pratinha era exclusivamente guardada na caixinha em forma de carrinho que acumulava moedas para usar nas sextas feiras na fantástica maquina de alegrias de tutti frut, morando e menta. É tão nítida a imagem daquele boteco de bairro com aquele globo imenso, praticamente inalcançável para uma criança de 5 anos, repleto de bolinhas coloridas, com aquele espiral imenso que ia até o chão terminando em uma portinholinha de ferro que guardava a tão deliciosa prenda. Aquilo era importante pra mim, me fazia criança, éramos como cumplices, eu e a maquina. Estranho.
Lembro do dia em que senti uma vontade infinita de comer uma das minhas bolinhas de sensação boa e de imediato recorri a minha caixinha de moedas. Pra minha decepção, ela estava vazia, e de certa forma eu não achava justo pedir a minha mãe moedinhas extras além das que ela já alimentara semanalmente ao meu cofrinho. Tive uns dois minutos de tristeza, depois por instantes pensei que a maquina e eu seriamos cumplices e que ela me cederia algumas balinhas como que cortesia pelo tento de fidelidade e tudo mais... Ai nasceu minha decepção. Fui até sua catraca, e sem uma moeda tentei gira-la na esperança da balar correr pelos tubinhos e cair na caixa transparente. A bala não veio.  Só um monte de tristeza.
Anos depois, vim a entender o que representava o globo de balas e tudo o que aconteceu. A analogia pode ser bem torta, bem pobre, eu diria, mais foi ai que consegui entender o quanto o mundo caminhava sobre as rédeas de um interesse desmedido.
As pessoas, por sua vez hoje são como as balas açucaradas. São lindas, reluzentes, emocionantes. Te fazem rir, lhe proporcionam o prazer do doce, e se não bastasse no final se transformam em bolas lindas que grudam em nossos rostos nos fazendo gargalhar pela bagunça., mas como as balas, para sentirmos esse açúcar temos de dar algo em recompensa, não as pratinhas acumuladas na latinha de ferro, mas com a loucura da entrega de sentimentos.

Biscoitoterapia




Eu não consigo entender a “lógica” das coisas, e nem a ordem em que elas precisam acontecer. Na verdade o problema não é conseguir entender ou não, talvez seja aquela infernal mania de não saber internalizar o tempo em que as coisas tem para acontecer. Mas o que tem para acontecer, afinal, o que esperamos tanto que aconteça? E tempo? Que raios é essa coisa de tempo, e principalmente, como se mensura o tempo? Pra que perder tempo com tempo, lógica e expectativas?
Pra falar a verdade, tempo é algo pejorativo. Tempo não tem tempo nenhum, basicamente é dirigido de forma pessoal e intransferível. Alias, o tempo é algo inventado, algo criado para dar tempo para que o tempo tenha forma. Redundante. Tempo é tempo, e é tempo partindo do principio que tempo não existe. Ponto.
Das coisas lógicas? Essas me dão aversão. Quem definiu o que é lógico, correto, sensato? Parece tão automático ser lógico. Quem definiu que devemos comer arroz com feijão, ou quem disse que é lógico ser sensato? Por favor, não sou da concepção de que existe ordem para acontecer coisas. Acho que acredito na ordem natural, ou não, até porque ordem natural é algo lógico. Enfim, desisto do discurso.
Sobre criar expectativas? Sou extremamente favorável, claro. Afinal de contas, crio expectativas até ao abrir um pacote de biscoitos, mesmo sabendo que dentro da embalagem existem apenas biscoitos. Mas sempre acho que os biscoitos tem algo mais a me oferecer, que esses bicoitos podem ter alguma poção mágica a saciar a minha fome por dois dias, ou então que o recheio será mais farto, ou então que irei encontrar um biscoito com as duas metades recheadas, ou que  no fundo do pacote vou encontrar a figurinha premiada mesmo quando não existe figurinha premiada, ou quem sabe que encontre um biscoito recheado com um bilhete premiado de loteria. Tudo não passa de expectativas falhas, mas são as minhas expectativas. É evidente que existe um padrão, uma “lógica”, aquela mesma lógica que eu abomino, para a fabricação dos biscoitos. É a mesma fábrica, o mesmo processo de criação, os mesmo padrões de qualidade (atenção a essa palavra, também sou desfavorável a essa ridícula padronização do ridiculamente perfeito), o mesmo jeito de se fazer. Porque seria diferente com o resto das outras coisas. Gostando eu ou não, tudo é lógico.
Infelizmente não posso excluir a lógica, tempo e a razão para todas as coisas, simplesmente porque quero comer os biscoitos ideais.  O biscoito ideal não existe, ele tem vários sabores, varias formas, mas sempre serão os mesmo biscoitos.
Na verdade eu não gosto muito de biscoito, eles engordam, sujam os dedos e não matam a fome.