Eu não aceito nada nem me contento com pouco. Eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Livroderostos.




Não gosto do rumo que as coisas estão tomando.
Hoje tudo se tornou tão prático, e se tornar um chato nunca foi tão fácil.
Não é necessário mais escrever suas melancolias em um caderninho todo decorado, com uma possível chave de coraçãozinho que você escondia em uma latinha de ferro em sua gaveta de peças intimas. É mais prático despejar toda essa baboseira que, honestamente, não interessa a ninguém em uma rede social qualquer, e o melhor, ganhar bônus com essa mimizisse toda. E é claro, perder todo o bom senso, e obrigar o mundo, ou melhor, aqueles “amigos” que te “seguem” a ler esse monte de coisa sem fundamento, comentar coisas mais sem fundamento ainda, e sempre terminar o “diálogo” com um clássico “uahshaushuahsuash”.
Tornar-se um chato ficou fácil, digo, porque eu me vejo chato em não suportar essas pequenas melindrozices modernas.
Sou a favor das mais diversas manifestações, e até acho legal essa história de todo mundo saber seu dia em tempo real, até porque privacidade é algo que realmente tornou-se apenas lenda.
Esse não é o maior dos problemas do caminho que o mundo decidiu seguir, de fato não mesmo. Eu nem estou considerando a falta de polidez, a opinião desbastada por qualquer outra ideia mais fluorescente, a educação social, enfim, várias outras coisas. Mais o que me irrita, de fato, são essas coisinhas tão ínfimas, que o cidadão gasta aproximadamente três ou quatro minutos, para por exemplo, elaborar uma frase de “efeito” para expressar o quão triste está sendo não assistir Glee porque sua mãe prefere ver novela – deixo bem claro que não tenho problema nenhum quanto à série e nem quanto as novelas e muito menos com as mães – e depois descrever cada passo que dá durante o dia, desde o abrir os olhos até o fechar dos mesmos.
Tudo bem que isso não passa de uma chatice crônica instaurada em minha cabeça desde quando eu era apenas um sêmen , mas é de direito meu me revoltar quanto a isso. Os “simpáticos” e “bem amados” como eu, conseguem entender.
E porque ainda faço parte desse meio? Bom,  posso até sim ser relativamente aversivo a algumas práticas, mas se não posso vencê-las, logo. E tem outra coisa, é interessante esse tipo de comportamento, consigo mensurar o que não ser nos  próximos vinte anos. Mais por favor, é apenas uma analise, e não um ponto de partida. Não quero ilustrar meus passos com raízes em “não seja como eu”, por favor, minha personalidade ainda não tiraram.
A vocês, caros amigos do cordão do conto tudo, eu não quero retalha-los, isso nunca adiantaria, muito menos quero lhe dar senso, pois isso não é algo que se vende na padaria, só falo de vocês porque são realmente importantes em minha vida. – n
Aos revoltosos que me atacam, obrigado por isso, vocês são importantes também, porque sei que estão nesse exato momento pensando em quantas vezes foram irritantes dessa forma, e agora o quanto se irritam com “atitudes” (ou falta dela) como essas.
Ai Deus, qual será o próximo passo? Não responde agora.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O fim do começo. Recomeço.



Mentalmente tenho traçado todo o meu caminho, os lugares que passei, pessoas que conheci, as bocas que experimentei, os abraços que recebi e dei, os temperos que provei, os olhares que desbravei, os cheiros, as dores, as alegrias, os ódios, os sorrisos, as ruas, as praias, as músicas, os gestos, as atitudes e a falta delas, os apertos de mãos, as broncas, os chiliques, as conquistas, os nãos, os textos, as camas, as intensidades, os efeitos, o desnecessário, as  promiscuidades, as mentiras, as desavenças, as inimizades, os amores, e todas as minhas aleatoriedades.
Dessa minha biografia mental descobri tanta vida em tanto tempo, descobri tantas vidas em uma única vida, e percebo que toda essa rota, cada curva, cada centímetro percorrido e cada passo dado pra traz foi estrategicamente bem pensado.
Das coisas boas guardo as lembranças boas, das coisas más guardo tudo ou quase nada do que não aprendi. De tudo um pouco tenho vontade de me desfazer, de reescrever, mas do que me adianta apagar tanta vida se foram exatamente esses caminhos que me trouxeram até esse lugar que ainda não sei onde é?
Às vezes sinto uma vontade de confrontar todos esses caminhos, coloca-los cara a cara, só pra poder mais ainda me confundir, ou sei lá, quem sabe compreender boa parte do que tudo isso me fez ser. Tenho vontade, sim, eu tenho a vontade de trazer tudo o que me fez bem pra cá, pro meu lado, para a minha possessividade desmedida. Tenho vontade de colocar todo esse passado na memória externa, e trocar o meu cartão sempre que troco a minha carcaça. Tenho vontade de pessoas, SIM DE PESSOAS, que cruzaram minhas ruas, esquinas, becos, travessas.
Depois de todo esse feedback atemporal chego a conclusão de que a conclusão nenhuma cheguei, a não ser a de que esse lema todo de “individualizar-se” nada mais é do que uma imensa preguiça de resgatar tudo isso que um dia foi meu.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Half

Não existe “meio confuso”, assim como não existe “meio termo”, “meio morno”, “ meio chato”. Descréditos para os “meio legais”, para os “meio doces”, os “meio intensos”.
Não consigo identificar o equilíbrio nas coisas, portanto, afirmo que nada é meio, tudo é um inteiro ou um nada, é questão de lógica.
Seguindo esse raciocínio, nada e ninguém completa nada ou alguém. Somos particularmente partes separadas de nós mesmos. Como partes integrantes de um inteiro, somos absolutamente compostos e nossa soma por sua vez é zero. Relativamente matemático.
Dispensando as leis gerais da aritmética, consideremos o fato de não existir qualquer necessidade de elaboração de um conjunto, logo, somos suficientemente autossuficientes.
Não vamos considerar o fato de o discurso todo estar totalmente ligado à fuga da condição atual, até porque não quero falar tão “matematicamente” de mim mesmo. Eu penso como um todo, na verdade estou pensando por centenas de milhares de pessoas que nesse momento pensam em algo para ocultar seus problemas de aceitação da realidade própria.
Sem mais delongas, é importante deixar claro que um mais um é apenas dois, e que meio mais meio forma um inteiro, nosso inteiro, inteiro oriundo de nossos meios.

domingo, 2 de outubro de 2011

Eu clichê você.




E de repente alguém vem e me fala de amor.
Tá, tudo bem, agora explica: que porra é essa?
Eu definitivamente me privo de qualquer explicação, por mais convincente que seja. E sinceramente, acho patético escrever qualquer coisa relacionada ao tão patético quanto amor.
Quem ama quem nessa porra? Nem conceituar essa merda ultimamente tem sido possível. Se lhe perguntarem - O que é o amor? - você de bate pronto vai afundar-se no clichê e dizer – O amor é algo que não tem explicação – Desisto.
Sejamos francos, essa merda toda ai é tão boa assim que não existe? É tão magnânima que não se dá pra sentir? Ou será que ela é tão fantasiosa quanto falar sobre honestidade politica.
A os que defendem : “não sei, só digo que inexplicavelmente amo”. Amo a ponto de não me entregar, amo a ponto de não saber seu nome completo, amo a ponto de te trocar diversas vezes por mim mesmo, amo a ponto de não saber nem o que sinto, amo a ponto de simplesmente te perder no meio de qualquer coisa plural, amo a ponto de... amo, amo, amo, não amo, desamo, não sei o que é essa porra de palavra. DESABAFO.
Agora posso pensar que um conjunto de coisas que sinto, um conjunto de vontades e desejos meramente sexuais, um conjunto de “nossa, como agente se identifica”, um conjunto de palavras bonitas, cartas mal escritas, ursos de pelúcias e perfumes caros, de finais de semana no cinema, de abraços e beijos e pegações, de viagens maravilhosas, de amigos em comum, de ideias matrimoniais e um conjunto de um monte de coisa entulhada em uma suposta caixa de guardados que as vezes dizemos que dói por outrem chamada coração, isso lá que é amor?
Eu sou um leigo no assunto e começo definitivamente a achar que não tenho a capacidade de amar tão erroneamente da forma que eu penso ser o amor.
Eu odeio ser clichê, mas não me sobra outra alternativa a não ser essa de expressar tamanha indignação a um sentimento que talvez nem exista, mas que insistimos em mantê-lo vivo.
Eu me amo, amo minha mãe e minha família, e sei amar mais um monte de pessoas por ai que eu nem sei mesmo se existem, eu consigo amar minhas roupas e meus perfumes, consigo amar a minha coleção de vinil e todas aquelas almofadas ali sobre a cama, e será que é todo esse mix de sentires que eu sinto por cada coisa que amo?
Definitivamente, amor, seja mais simples, ou então eu nunca serei capaz de compreendê-lo. 

Irreparável.



Eu sempre levantei a bandeira do desapego, da libertação das correntes de qualquer cume de prisão. Sempre fui fatídico no tratamento de coisas que possivelmente possam nos render de certa forma e nos tornar meros escravos de nós mesmos ou de qualquer outra coisa.
O discurso, porém, sempre foi controverso a ação. Volta e meia me fito preso a uma convicção completamente paralela, imaginaria e porque não utópica. Condição aceitável ao tratar-se de alguém meramente volúvel nas atitudes, não nas convicções, repara-se.
Das minhas criações, para não ser tão auto critico e punitivo e dizer “idiotices”, várias ainda são aceitáveis, diga-se de passagem.  Todavia, muitas dessas alusões atingem o nível máximo de periculosidade a sanidade mental.
Não é um caso clinico, acredito, apesar de se tratar de um caso completamente esquizofrênico, médico nenhum resolve problemas de falta de senso lógico pra determinadas situações.
Eu afirmo, alias, reafirmo, as minhas convicções são as mesmas, o problema está plenamente nas minhas atitudes.