Não gosto do rumo que as coisas estão tomando.
Hoje tudo se tornou tão prático, e se tornar um chato nunca foi tão fácil.
Não é necessário mais escrever suas melancolias em um caderninho todo decorado, com uma possível chave de coraçãozinho que você escondia em uma latinha de ferro em sua gaveta de peças intimas. É mais prático despejar toda essa baboseira que, honestamente, não interessa a ninguém em uma rede social qualquer, e o melhor, ganhar bônus com essa mimizisse toda. E é claro, perder todo o bom senso, e obrigar o mundo, ou melhor, aqueles “amigos” que te “seguem” a ler esse monte de coisa sem fundamento, comentar coisas mais sem fundamento ainda, e sempre terminar o “diálogo” com um clássico “uahshaushuahsuash”.
Tornar-se um chato ficou fácil, digo, porque eu me vejo chato em não suportar essas pequenas melindrozices modernas.
Sou a favor das mais diversas manifestações, e até acho legal essa história de todo mundo saber seu dia em tempo real, até porque privacidade é algo que realmente tornou-se apenas lenda.
Esse não é o maior dos problemas do caminho que o mundo decidiu seguir, de fato não mesmo. Eu nem estou considerando a falta de polidez, a opinião desbastada por qualquer outra ideia mais fluorescente, a educação social, enfim, várias outras coisas. Mais o que me irrita, de fato, são essas coisinhas tão ínfimas, que o cidadão gasta aproximadamente três ou quatro minutos, para por exemplo, elaborar uma frase de “efeito” para expressar o quão triste está sendo não assistir Glee porque sua mãe prefere ver novela – deixo bem claro que não tenho problema nenhum quanto à série e nem quanto as novelas e muito menos com as mães – e depois descrever cada passo que dá durante o dia, desde o abrir os olhos até o fechar dos mesmos.
Tudo bem que isso não passa de uma chatice crônica instaurada em minha cabeça desde quando eu era apenas um sêmen , mas é de direito meu me revoltar quanto a isso. Os “simpáticos” e “bem amados” como eu, conseguem entender.
E porque ainda faço parte desse meio? Bom, posso até sim ser relativamente aversivo a algumas práticas, mas se não posso vencê-las, logo. E tem outra coisa, é interessante esse tipo de comportamento, consigo mensurar o que não ser nos próximos vinte anos. Mais por favor, é apenas uma analise, e não um ponto de partida. Não quero ilustrar meus passos com raízes em “não seja como eu”, por favor, minha personalidade ainda não tiraram.
A vocês, caros amigos do cordão do conto tudo, eu não quero retalha-los, isso nunca adiantaria, muito menos quero lhe dar senso, pois isso não é algo que se vende na padaria, só falo de vocês porque são realmente importantes em minha vida. – n
Aos revoltosos que me atacam, obrigado por isso, vocês são importantes também, porque sei que estão nesse exato momento pensando em quantas vezes foram irritantes dessa forma, e agora o quanto se irritam com “atitudes” (ou falta dela) como essas.
Ai Deus, qual será o próximo passo? Não responde agora.