Eu não aceito nada nem me contento com pouco. Eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Psicoirreverente.


Eu sempre gosto de ressaltar a minha aleatoriedade, afinal de contas, é ela a precursora dessa insanidade de boa parte de tudo o que aconteceu nessa longa vida curta de vinte e um anos.
Eu tento me convencer constantemente de que não oscilar tanto nas atitudes, ser menos atípico e mais coeso em tudo o que falo/faço/penso seria a oportunidade de dar vazão a caminhos menos dificultosos, ou quem sabe a soluções mais claras a problemas (problemas?) cabeludos, ou nem tanto.
Sei que variar entre claro e escuro, preto e branco, sensato ou imaturo podem ser coisas de natureza par, e que todos tem direito ao mínimo de insanidade possível. Acontece que minhas variações podem ir além do considerado cabível, pra não dizer normal, pois normalidade não é bem a minha especialidade.
Sei que no fundo, bem lá naquele centrinho de informações desconectadas, sim, no nosso cartão de memórias do lado esquerdo (ou será no centro?) não sei ao certo, sei que lá existe tanto apreço por essa irreverência toda de senso, de noção, de comportamentos e de infinitas coisas desconectadas.
Não pago o preço por essa complicação alheia toda, pois eu me entendo e muito bem, o difícil é fazer com que  quem está do lado de lá entenda se quer o básico, sem precisar ler o manual de instruções. Pra que ser tão legível assim? A graça está no ser incompreensivelmente interessante, ou o oposto.
Já disse, não tenho múltiplas personalidades, apenas tenho uma personalidade múltipla. E isso que me difere dos psicopatas. E fiquei claro, a psicopatia é a perturbação de personalidade social, e essa amigos, vai bem, obrigado.

terça-feira, 21 de junho de 2011

(não) Faça você mesmo

Seja ameno, não olhe pro lado, não vista essa roupa, não passe esse perfume.
Não olha agora, finge que não sabe. Fecha os olhos, não, agora olha, mais olha rápido.
Finge que não entendeu, não atenda ao telefone, para de perguntar as horas, suas mãos estão suando, elas não podem.
Não, não responda agora, se perguntar você não viu a mensagem. Fiquei quieto, não fale isso nem por brincadeira.
Não cruze as pernas para esse lado, talvez para o outro, ou melhor não cruzar? Não sei, sente-se apenas. Está te olhando, joga o cabelo pro lado, não pra esse, pro outro. Isso, fica assim, sorria e finja que o dia está perfeito e esqueça o nome dela também, isso demonstra insegurança.
Não fale com ela, só se ela parar de ler. Não pare de ler, só se ele falar com você.
Não faz isso, não faz aquilo, não não não.
Dá a pata, senta, deita, rola, late, finge de morto.
Pede pra sair, o jogo é complicado demais.

sábado, 11 de junho de 2011

Nossa Bagunça.

Volta e meia eu falo sobre sentimentos.
Claro, não os coloco sobre a mesa em pratos brancos de louça e talheres de prata com toalha de renda e tudo mais, não os faço em festa, gosto deles na mesa da cozinha, junto aos empregados, e isso basta.
Na verdade esse pouco espaço que dou a eles já é o bastante para que se esparramarem  e me tomar por inteiro. Não sei por que ainda os deixo entrar. Eles sempre bagunçam os quartos, a sala, os banheiros, e depois vão embora, e eu levo dias e dias pra organizar tudo.
Até compreendo a falta de maturidade deles, sei que todos seus devaneios aqui dentro são devidos a sua pouca idade. Precisam de educação, ora, pois. É só disso.
Eu prometi que não mais os receberia, tranquei a casa e coloquei um grande cão na grade de entrada, mas os danados conhecem a entrada dos fundos, aquela que dá acesso ao meu quarto. Sempre chegam de mancinho, prometem que vão ficar ali, sentados na beira da cama enquanto eu durmo, só que passado dois minutos, os terríveis começam a fazer a anarquia nos guarda roupas, nas cômodas, nos armário, e sem mais, vão embora e me deixam no estado de inércia anterior.
A grande verdade é que não sei viver sem essa zona toda, e que se eles me fazem de gato e sapato é justamente por que permito, por que sei o quanto é vital pra mim ver a casa toda de pernas pro ar e não sentir a menor vontade de arrumá-la. A verdade é ainda que eu espero que eles se comportem bem, que cheguem sem hora pra ir, e que façam a bagunça que quiserem desde que no final permaneçam aqui, ao meu lado.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Pingado.



Eu poderia concordar plenamente com tudo aquilo que me dizem...
Às vezes, bem às vezes é legal que participemos de uma idéia de senso comum, que é pra não ganhar aquela fama de oposicionista e tudo mais.
Eu poderia afirmar de pé junto que essa normalidade já fez parte das minhas rotinas, mas hoje não mais. Apesar de inúmeros continuarem a dizer que sou apenas mais um com complexo de sentimentos obstruídos. Eu sei sentir, como sei também não sentir. Isso é opção de vida, gente. Enfim, nada de sentimentos ou de ressentimentos por aqui.
Eu quero mesmo falar da crise de senso comum que me afronta nos últimos dias. Se bem que isso talvez não seja lá uma coisa muito legal a se falar, ou desinteressante talvez, mas o sentido a que escrevo não me prende a dissertar naquilo que é de interesse comum. Por isso ainda me considero critico, ou “esquisito” para os leigos.
Tenho apreciado o gosto de rotinas simples, o que, por hora, tem me sido muito bom. Tem me sido? Essa expressão existe? Pois bem, dando vazão... Os gostos simples tem me afagado bastante. Posso ser sucinto no exemplo, mas confuso nas palavras. Sim, confuso sempre. Tenho que de certa forma ser dinâmico (para não dizer esquisito) para fins de não perder a essência. Que porra de essência? Essa palavra nem cabe aqui. Enfim, mas acho legal falar sobre “essência”, então vou repetir duas ou três vezes mais: Essência, essência e essência.
Ah sim, sobre o senso comum? Claro, vamos nele.
Eu tenho descoberto os tais prazeres simples, ao lado de pessoas simples. E acho que já dissertei algo sobre isso ao citar meu apreço pelo samba de raiz cultivado por parentes distantes do interior do Rio. E mais uma vez essa “condição extra” - intitularemos assim - me surpreendeu enquanto eu me deleitava ao ouvir o nem tão agradável som no carro, em um percurso simples de volta pra casa depois de um dia tranqüilo de trabalho. Talvez a companhia eclética e por que não dizer muitíssimo querida tenha me influenciado a “curtir” o momento; ou pudera dizer também que foi devido ao clima, a luz, a temperatura, ao nivelamento dos astros, e mais a uma série de coisas que não reflitam em na minha entrega despeitada ao que repugnava.
De fato, não foi tão ruim experimentar de algo novo, como afirmaria Mister Callan “i’m ever willing to learn somethings new”. Só não se esqueçam, foi Callan quem disse isso, o que não me exime da concordância com a oração, também gosto do que é novo, desde que seja aos meus moldes.
Não, eu não perdi meu senso por me deleitar como um pagão por segundos, muito pelo contrário, aprendi a ser mais “irritante” ainda.
Não posso falar sobre senso, isso pode variar de acordo com o pensamento de cada um, mas sempre que posso dou aquela alfinetada no assunto.
Se sou um ser humano melhor? Depende do que é ser melhor. Ser melhor pra mim é ser cada dia mais assim... Assim sem definição, porém, envolto do meu senso nosso de cada dia (e só meu, por favor), sou sim, “menos pior” que ontem.