Eu não aceito nada nem me contento com pouco. Eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Óbvio





Já não tenho tanta paciência para o obvio.
Confesso que perdi o ritmo pra as coisas comuns e clichês, apesar de ser um verdadeiro inocente em não identificar absolutamente nada que é tão claro como água.
O obvio me cansa, mais ainda me atem.
Sempre nos perdemos com as coisas que mais parecem irregulares, daquelas que fogem completamente do cotidiano maçante no qual pertencemos. Isso é sensacional, e tem um poder de ação em qualquer um fora de limites. De alguma forma, causa todo um “esquisitamento” alheio e te faz sentir como se vivesse uma situação impar. Mas é óbvio que essa situação tão óbvia não passa de mais uma alusão a um “perfeitamente próprio” que não existe. É só mais um óbvio, minha gente.
Ainda sobre a minha capacidade não identificar, e o pior, de camuflar situações corriqueiras, me perco mais uma vez naquele velho conto do não vigário, dos mundos aleatórios, das preferencias incomuns, dos sentires paralelos. Não, definitivamente não seria tão óbvio se não fosse assim.
No mais, me irrita essa preguiça toda que sinto. Seria mais fácil acreditar de vez que tudo é tão comum e que tudo sempre vai ser assim, plenamente uma questão de historias repetidas.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Enfim...


Já cruzei tantos olhares, já senti tantos beijos, tantos abraços, tantos afagos. Já vive grandes expectativas e decepções por consequência. Já esperei por tanta coisa, já me esqueci de tanta coisa. Eu jamais acreditaria, nunca que seria tão factível. Foram tantos anos, tanta espera torta, tanta calma em forma de esperança.
Aconteceu.
Aquele mundo dia parado por dois minutos. Éramos eu e você, enfim.
Só não conte por ai do meu sorriso tímido, ou então daquela voz embargada que alternava entre palavras desesperadas e soluços afoitos. Enquanto eu me escondia atrás do copo de vodka eu me mergulhava naqueles olhos intensos e estonteantes.
Não queria ter feito nada além de parar o tempo, o mundo e as pessoas. E mesmo em tanta multidão, o tempo se fez nosso. Enfim, enfim.
Foi o abraço que tinha de ser, a compreensão e a morte daquela saudade toda que existia. Aqueles sorrisos já não eram mais meus, nem meus lábios, nem meus braços. Nem minha razão, nem meus sentidos. Eu estava entregue. Sem saber eu estava.
Foi este o momento, em que duas coisas já eram uma, e que nossos sorrisos já se misturaram, em que tudo estava ali, a metros de distância, que a hora de desmontar esse mundo todo chegou. Nossos caminhos voltaram a ser os mesmos, de novo ficou só nossa saudade e a certeza de que não poderia ser diferente.
Ainda tem seu cheiro em mim e esse parece ter impregnado na pele, no corpo, na alma.
Enfim...