Já não tenho tanta paciência para o obvio.
Confesso que perdi o ritmo pra as coisas comuns e clichês,
apesar de ser um verdadeiro inocente em não identificar absolutamente nada que
é tão claro como água.
O obvio me cansa, mais ainda me atem.
Sempre nos perdemos com as coisas que mais parecem
irregulares, daquelas que fogem completamente do cotidiano maçante no qual
pertencemos. Isso é sensacional, e tem um poder de ação em qualquer um fora de
limites. De alguma forma, causa todo um “esquisitamento” alheio e te faz sentir
como se vivesse uma situação impar. Mas é óbvio que essa situação tão óbvia não
passa de mais uma alusão a um “perfeitamente próprio” que não existe. É só mais
um óbvio, minha gente.
Ainda sobre a minha capacidade não identificar, e o pior, de
camuflar situações corriqueiras, me perco mais uma vez naquele velho conto do
não vigário, dos mundos aleatórios, das preferencias incomuns, dos sentires
paralelos. Não, definitivamente não seria tão óbvio se não fosse assim.
No mais, me irrita essa preguiça toda que sinto. Seria mais
fácil acreditar de vez que tudo é tão comum e que tudo sempre vai ser assim,
plenamente uma questão de historias repetidas.