Não... você de vez enlouqueceu.
Tirou toda a roupa velha do armário, queimou as fotos e os presentes. Não, você
revolucionou, não atende o telefone e nem responde aos meus e-mails. Não, você
enlouqueceu, disse que me amava tanto e agora foi embora, foi embora, foi
embora.
Não, eu não enlouqueci. Eu simplesmente
te avisei, eu não tenho culpa de ser assim tão intensamente inconstante. Eu não
conheço mais os seus amigos e nem me interesso mais pela sua família, já matei
todos as suas manias e nada aqui mais lembra você. Eu te avisei, meu bem, eu
falei que seria assim.
Já troquei os seus retratos por
outro alguém e meus lençóis cheiram a madeira fresca agora, não mais aquele almíscar
barato que você usava. Hoje estou mais refinado, me encanto com o encanto, com
as palavras, com os sorrisos, com a alegria, e não com as promessas de papel de
pão, os olhares derrotados . Desculpe, mas era claro como o falso brilho dos
teus olhos que a próxima vitima ia ser você. E não eu, como todos imaginavam. Eu fui embora, você ficou.
Eu fui pra vida, pro sol, pra
chuva. A sim, hoje eu posso enfim ser chuva. Afinal, não mais afogo ninguém com
os meus pingos gelados, muito pelo contrário, causo calafrios, sensações, e
isso tudo só por chover.
Te troquei pela alegria, agora
sorrio, chovo, brinco...
“Nada do que eu fui me veste agora, sou toda gota que escorre livre pelo rosto e só sossega quando encontra a boca”.
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