Eu tenho umas manias irritantemente impregnadas.
A principal, se não a pior, é sempre esperar mais do que o mundo tem a oferecer. Isso, é claro, conciliada a uma outra mania de ser intenso e abusivamente impaciente.
As duas ultimas manias me causam tanto desgosto e desconfortos, mas é terminantemente impossível largar de mão esse jeito todo meu de ser.
O problema não esta necessariamente nessas minhas “mazelas”, mas sim no impacto que constantemente elas causam.
Já não era de se esperar que mais uma vez eu cairia na mesma armadilha das constantes falhas, mas sempre, sempre mesmo, me submeto a uma ou outra desventura que sempre resulta em uma açucarada ilusão sorvida de uma amarga decepção.
Eu já me perdi nas vezes em que eu disse que colocaria toda a minha efusividade de lado e passaria a agir com um tanto mais de sensatez, porém, o resultado sempre é o mesmo, e basta um olhar um tanto quanto mais denso para que eu de fato acredite em um monte de coisas que só eu sou capaz de inventar. Pois sim, eu invento o tempo, os amores, as histórias, as semelhanças, os gostos, até as músicas, em muitas das vezes.
Irremediado está aquilo que não ainda se descobriu cura, cabe então continuar dominando a incrível arte de acreditar em tudo o que é apenas um estado, com formas, cores... E só.
Passo muito tempo jogando toda a culpa nas minhas adoráveis psicoses. Acabo esquecendo que na verdade, o erro não esta exclusivamente em mim, sabe? É bem fácil ser plural, e talvez até menos arriscado, devo concordar. Contudo, pluralidade toda faz de todos apenas mais um. Eu troco de faces, de formas, nunca de atitudes e pensamentos. Como pode toda uma concepção se variar por apenas um desvario de desejos? Já perdi tempo demais tentando moldar o mundo, e infelizmente a realidade é única, eu estou fora dos padrões da “qualidade total”, logo me torno apenas objeto de usufruto comum.
Nesse momento começo a enxergar que tudo o que eu considerava defeito/mania, na verdade é uma incrível forma de viver, evidentemente nada habitue, o que causa certa aversão a um senso comum todo. Cabe então simplesmente permanecer intacto, paralisado, deixando se congelar cada vez mais por essa minha incrível mania de ser intenso. Não vou, definitivamente, e não quero converter o mundo a essa minha “crença”, e sinceramente não vejo fundamento algum em criar um protótipo. Na verdade o que eu quero é bem simples de se ler, é tão simples que se torna braile para leigos como esses que constantemente passam por aqui.
O problema está justamente nessa minha mania de querer ser algo agradável a tudo, quando na verdade a minha especialidade é justamente o oposto.
Simplesmente me encanto com a minha deliciosa mistura.
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