
E enfim comemorar.
Tire o melhor cetin do armário, poste os melhores e mais caros pratos a mesa,derrame em pé do pinheiro os mais sofisticados presentes,ilumine sua casa com as luzes importadas e tome das bebidas dos deuses.Goze da presença de pessoas nunca dantes vistas,abrasse aquele que ao menos sabe quem,de risada com as piadas sem graças,espero o horário,chore mas de felicidade.
Por um instante,ou por toda sua noite,esqueça do mundo lá fora de suas desgraças e desavenças.Esqueça também o porque de tal celebração,e faça dela a maior bacanal de todas.
Abomine a ideia de que enquanto degusta das mais refinadas iguarias,muitos lá fora choram por não ter nesse exato momento um pedaço de pão velho para matar a fome.
Esqueça de fazer suas orações,esqueça de festejar o nascimento do mais fantástico homem do universo,esqueça,isso tudo é futilidade.Não perdoe,condene.
Aja assim como um insano.Afinal, o que mesmo se comemora no natal?
Esqueceram a tal essência,o significado e a magia.
As crianças já não sabem de onde mesmo vem os presentes,já não fazem mas questão de pendurar meias e de preparar a chaminé.Mataram as crianças, ou melhor,o sentido de ser.
Os abraços são os mas frios,alias,só são dados nessa época,por que o coração do homem não permite que se faça como simples gesto de carinho, colocaria a prova a criação(má)do homem com a sociedade,rompendo o pacto de formalidades com ela selado.
Seria bom ter natal todos os dias,pelo menos fingiríamos ser sociaveis o ano todo,comeríamos bem, e vestiríamos vestes descentes.
E se essa comemoração fosse diferente?
E se ao invés de comprarmos os tecidos finos,doassemos nossas roupas não mais utilizadas para aqueles que sentem frio?Nossas comidas então desperdiçadas,e nosso carinho a quem não tem?
Se fizéssemos do natal realmente o que ele é,e não uma grande festa onde se treina o máximo de tolerância para não fazer feio.
Se tivéssemos mais amor, menos soberba,mais solidariedade e menos arrogância...
E se disséssemos com o coração,feliz natal?